domingo, 31 de agosto de 2014

A CRONICA DO ANO...








Blink: a decisão num piscar de olhos

“Um morto despertou os vivos”

(Carlos Lacerda)

Blink! E num piscar de olhos,

                vi na minha frente: Guimarães 

Rosa, Lulu 

Santos e o filósofo grego Heráclito. O 

primeiro, no seu Grande Sertão: Veredas, 

que disse: 

               “A vida não é entendível; viver é 

negocio muito perigoso”; 

o segundo canta 

até 

hoje, em verso e prosa, que 

“Nada do que foi 

será de novo do jeito que já foi um dia: tudo 

passa; tudo sempre passará”; 

e o terceiro 

que filosofava na Grécia antiga ensinando: 

“É 

impossível banhar-se duas vezes no mesmo 

rio”... 

               Pois é caro leitor, é inútil querer 

entender esse mundo e os seus habitantes.

Mas, mesmo assim, sem entender o mundo, 

temos que admitir que o ser humano é 

realmente fantástico, e é inegável que Deus 

estava muito inspirado, quando pegou um 

monte de barro e fez dele a sua maior obra, 

com um cérebro e essa coisa chamada de 

inconsciente adaptável, que foi muito bem 

descrita, no livro BLINK, do autor Malcolm 

Gladwell: 

               “A única maneira pela qual os 

seres 

humanos poderiam ter sobrevivido como 

espécie por tanto tempo é que eles 

desenvolveram um tipo de dispositivo para 

tomada de decisões, capaz de fazer 

julgamentos muito rápidos com base em 

muito poucas informações... O inconsciente 

adaptável faz um excelente trabalho de 

avaliar o mundo, alertar a pessoa em caso 

de 

perigo, definir metas e iniciar a ação de 

maneira sofisticada e eficiente”.



               Pois bem! Entre uma piscadela e 

outra dos 

meus olhos, foi inevitável, diante dos últimos 

acontecimentos não pegar o livro 

“Depoimentos” de Carlos Lacerda, e abrir no 

capítulo XII: “Na noite de 23 para 24 de 

agosto, estávamos em casa de Joaquim 

Nabuco... abriram champanha, começamos 


comemorar. Soubemos que Getúlio já tinha 

renunciado àquela altura. Até que, já de 

manhã, não me lembro bem a hora, alguém 

telefonou anunciando o suicídio. É evidente 

que houve aquele momento assim, de não 

sei bem como definir o sentimento, em todo 

caso, não era de alegria; era um sentimento 

de pena do homem, da tragédia humana, da 

tragédia pessoal do homem, de imaginar a 

agonia em que um homem deve estar para 


chegar a dar um tiro no coração... para quem 

tivesse um mínimo de sensibilidade, via que 



que tinha acontecido no Brasil era o que 

aconteceu no drama de Shakespeare – Júlio 

César. A mesma multidão que aclamava 

Brutus e os assassinos de César, quando 

Marco Antônio fez seu discurso com o 

cadáver nos braços, começou a pedir a 

morte 

dos que tinham matado César. Foi assim 

que 

passei de vítima a assassino de Vargas”...

              Tudo isso aconteceu há sessenta 

anos, em 

1954. E não se espante, caro leitor, que 

estejamos vivenciando tudo novamente. 

               Nietzsche e o seu cérebro 

privilegiado, de 

inigualáveis aforismos, já tinha nos alertado: 

               “Esta vida, como você a está 

vivendo e já 

viveu, você terá de viver mais uma vez e por 

incontáveis vezes; e nada haverá de novo 

nela, mas cada dor e cada prazer e cada 

suspiro e pensamento, e tudo o que é 

inefavelmente grande e pequeno em sua 

vida, terão de lhe suceder novamente, tudo 

na mesma sequencia e ordem – e assim 

também essa aranha e esse luar entre as 

árvores, e também esse instante e eu 

mesmo. A perene ampulheta do existir será 

sempre virada novamente”.

E de repente, a perene ampulheta do existir 

virou mesmo. Dor, prazer, suspiro, 

pensamentos e acordamos com a notícia; “O 

avião caiu. Eduardo Campos morreu!”. Tudo 

como se fosse orquestrado pelo maestro 

chamado destino. Maktub! No mesmo dia da 


morte do seu avô Miguel Arraes; morre o 

neto, candidato do PSB a presidência da 

república. E é sempre no mesmo mês de 

agosto. Desgosto, tristeza, comoção, 

perplexidade e uma enorme de uma certa 

incerteza: “O mistério está em toda parte”. E 

quem se atreverá a desvendar o futuro a 

partir de agora?! Quem?!


Futuro que já é presente, ou melhor, já virou 

passado. E tudo corre e chega tão rápido, 

que pisco os meus olhos novamente e vejo 

os números 13 e 12. 

               Não sou muito bom em 

matemática. Mas, graças a Deus, que esses 

cálculos são possíveis de serem feitos por 

qualquer pessoa: 13 do PT; 13 é o dia da 

morte de Eduardo Campos. 12 anos de 

governo do PT (oito de Lula e quatro de 

Dilma); 12 é o capítulo do livro de Lacerda 

que está sendo reescrito agora... Longe, 

muito longe, de querer comparar Marina Silva 

com um Marco Antônio, mas a morte de 

César – assim como a de Getúlio Vargas e 

agora a de Eduardo Campos-, é capaz de 

promover mudanças inesperadas e 

inimagináveis nas nossas vidas. E tudo que 

se ver não é igual ao que a gente viu há um 

segundo...


               Em 12 dias, Marina Silva saiu de 

21% para 

34%. Subiu 13 pontos e iguala aos índices da 

presidente Dilma. E no segundo turno, o 

estrago é ainda maior: 

               “O país já não está 

diante de uma ‘onda Marina’ - afirma o 

jornalista Josias de Souza, no seu blog-, Mas 

assiste ao surgimento de um Tsunami 

eleitoral”.


Blink! Pisco os olhos mais uma vez. E escuto 

Carl Orff e o seu “Carmina Burana”: 

          “Oh, 

Fortuna/ És como a lua/ estado variável/ 

Sempre crescendo ou decrescendo”... e tudo 

muda mesmo o tempo todo no mundo... mais 

uma piscadela, e vejo a mensagem no 

WhatsApp, do meu colega de turma Fábio 

Marcelo: “Pinto! O homem faz planos, mas 

tudo está no controle de Deus. Se tiver de 

ser, ninguém vai impedir”...


Blink, blink, blink. Pisco os olhos e corro em 

direção a minha biblioteca. Abro a página 39, 

do Grande Sertão: Veredas e vejo a profética 

mensagem do amigo Guimarães Rosa: 
]
               “Deus 

é traiçoeiro! Ah, uma beleza de traiçoeiro – 

dá gosto! A força dele, quando quer – moço!- 

me dá o medo pavor! Deus vem vindo: 

ninguém vê. Ele faz é na lei do mansinho – 

assim é o milagre. E Deus ataca bonito, se 

divertindo... Viver é negocio muito 

perigoso!”...


Francisco Edilson Leite Pinto Junior – 


Professor, médico e escrito
r

sábado, 30 de agosto de 2014

UM ABRAÇO NO RIO POTENGI...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

UM ABRAÇO NO POTENGÍ...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.





RIO POTENGÍ

LETRA E MÚSICA E VOZ DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL
CD MÉDICO POPULAR BRASILEIRO...VOL 8

RIO POTENGÍ,
RECEBA UM ABRAÇO MEU...
PASSEI NA PONTE DE TODOS SOMENTE PRA LHE ABRAÇAR..
AVISTEI DO MEIO DA PONTE,
UM POEMA DE NAVARRO,
AVISTEI O MEU POETA,
NAS SUAS ÁGUAS Á CANTAR:

NATAL É BOM..
TERRA DE DEUS...
TREZENTOS E SESSENTA E SEIS DIAS DE SOL...
O AR É BOM,
PRA LHE CHEIRAR...
ESTE PERFUME QUE VEM DAS ONDAS DO MAR...

NATAL É BOM, EU COMO SÓ,
DE  PONTA NEGRA Á PIPA,
A ONDA É UMA SÓ...

NATAL É BOM,
MEU PÃO DE LÓ,
DE PONTA NEGRA Á BARRA,
A FESTA É UMA SÓ.

SOBRE OS RIOS DE CADA UM...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

SOBRE O HOMEM E OS SEUS RIOS - BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

 BERNARDO CELESTINO PIMENTEL (*)

TODO HOMEM TEM UMA TERRA, UM AMOR E UM RIO. 
EU TENHO TRÊS RIOS, ONDE JÁ DEPOSITEI A MINHA ANGÚSTIA E A MINHA ESPERANÇA. 
          QUANDO CRIANÇA, PESCAVA PIABA NO CURIMATAÚ, COM UMA GARRAFA DE VINHO SECA, COM O FUNDO CÔNCAVO. 

          NESSA ÉPOCA, AINDA NÃO CONHECIA A MALDADE.                DEPOIS, VIM PRO RIO JACÚ, EM SANTO ANTÔNIO, ONDE DURANTE DEZ ANOS, DEPOSITEI A MINHA EUFORIA E VIVACIDADE DE MÉDICO RECÉM SAÍDO DE UMA RESIDÊNCIA DE CIRURGIA.
           CONHECI A ONÇA E O PREÁ. E A ONÇA SALTAVA E MORDIA. 
               ATAVICAMENTE , TRAGO DENTRO DE MIM O RIO POTENGÍ, QUE MINHA MÃE AMAVA, E ERA TÃO CANTADO POR DEOLINDO LIMA, NA CANÇÃO PRAIEIRA, DE OTONIEL MENEZES. 
          E FOSSE UM ESCAFANDRISTA, E PUDESSE MERGULHAR NA IMENSIDÃO DO POTENGÍ, ENCONTRARIA OS SONHOS DE ARSÊNIO CELESTINO PIMENTEL, O MEU BISAVÔ, O PORTUGUÊS, QUE GANHOU DO GOVERNADOR, A SUA MARGEM ESQUERDA, E LÁ  ENSINAVA PIANO E CONSULTAVA. 
          ENCONTRARIA OS ALFARRÁBIOS DE MEU AVÔ , CELESTINO PIMENTEL COM AS SUAS CONFIDÊNCIAS, OS SEUS SONHOS, PEDAÇOS DO ATHENEU, E OUTROS SEUS AMORES. 
               ENCONTRARIA POEMAS DE MINHA AVÓ, ANA LIMA, QUE TERMINARAM NO FUNDO DO RIO, DEPOIS DA SUA CURTA EXISTÊNCIA, BEIJANDO VERBENAS.
                A OBRA MAIS BONITA DE NATAL É A PONTE NEWTON NAVARRO. PORÉM QUEM DÁ A SUA BELEZA , É AQUELE ABRAÇO QUE O RIO POTENGÍ DÁ NO MAR,
 ENTREGANDO A SUA DOÇURA, A AMARGURA SALGADA DO MAR...
                COMO UM HOMEM TAMBÉM SE ENTREGA AO SEU DESTINO, ESQUECENDO ANTIGOS SONHOS, MATANDO AMORES, E PASSANDO A SER UMA MISTURA DE ÁGUAS, DE SONHOS, ESPERANÇAS E FRUSTAÇÔES. 
               UM HOMEM SE PARECE COM UM RIO, SEGUINDO A SUA DESTINAÇÃO, PREDESTINADA.                ÀS VEZES ATRAVESSO A PONTE DE TODOS, PARA SAIR UM POUCO DE MIM, E NATAL DE LONGE... 
               QUANDO VOLTO DA REDINHA, AVISTO DO MEIO DA PONTE UM POEMA DE NAVARRO, QUE É A BELEZA DA PRÓPRIA CIDADE. 
               ENXERGO NAS SUAS ÁGUAS OS POETAS, QUE COMO NEWTON NAVARRO, FAZIAM DA RIBEIRA A SUA ARCÁDIA, E TODAS AS LÁGRIMAS E SONHOS ERAM DEPOSITADAS, NO RIO POTENGÍ,NAS MADRUGADAS ONDE MORRIAM AS PAIXÕES SEM AMANHÃ.
                O RIO CARREGAVA PARA O MAR TODOS OS SONHOS,TODAS AS JURAS, TODOS OS BEIJOS, DESPEJADOS NA RIBEIRA DE ANTIGAMENTE. 
               ME SENTÍ NA OBRIGAÇÃO DE CANTAR O POTENGÍ, O RIO DE CÃMARA CASCUDO,O RIO DESTA CIDADE,QUE A VEJO DELICIOSA COMO UM PÃO DE LÓ...E AÍ FUI NOSTÁLGICO, REVÍ ANTIGAS MESAS FARTAS.
                É FELIZ O HOMEM QUE CANTA A SUA CIDADE E O SEU RIO. ..
               QUE DEPOSITA NAS SUAS ÁGUAS AS SUAS MÁGOAS E SONHOS, E AO CHEGAR NA SUA FOZ, TROCA TODAS AS SUAS ANGÚSTIAS PELA ESPERANÇA, IMORTALIZANDO - A! 
E VENDO O MAR COMO EU VEJO: 
               A TOALHA AZUL QUE FORRA O ALTAR DE DEUS, CUJOS OLHOS ESTÃO EM TODOS OS LUGARES, CONTEMPLANDO O BEM E O MAL.

A FESTA DOS MÉDICOS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

ONTEM NOS REUNIMOS NOS CAMARÕES DO MIDWAY: OS  MÉDICOS DE MINHA TURMA, CAMARÕES E AMIZADE, E ÁLCOOL ETÍLICO...
MAIS UMA VEZ TENTAMOS UNIR AS DUAS PONTAS DA VIDA...
               UM RENCONTRO DA JUVENTUDE COM A TERCEIRA IDADE...
             DOS SONHOS COM  A ESTRADA...
            DAS ILUSÕES COM O DESTINO...
UMA NOITE MUITO AGRADÁVEL...
VINDAS DO FRIO, HOMENAGEAMOS KÁTIA BITENCOURT E BETINHA, HOJE, DUAS PEDIATRAS...
KÁTIA, A MISS DA TURMA, AGORA É KÁTIA TABACOW, MAS NUNCA FOI TÃO BITENCOURT...
CLÉLIA DIAS LEÃO, UMA GRANDE NEFROLOGISTA, A SÚMULA DO ESTUDO DA NOSSA TURMA, SECRETARIANDO A ALEGRIA, COMO SE FORA DONA FRANCISQUINHA DIAS, JUNTAMENTE COM DR. JAIRO LAGO, QUE HOJE É SOMENTE ALEGRIA...
PRESENÇA DO MEU IRMÃO  AMIGO DR. MARCONI AZEVEDO...GRANDE AMIGO QUE A JUVENTUDE ME DEU...DO COLÉGIO MARISTA, DA CASA DE CARLOS MESQUITA...
PRESENÇA DO CASAL DR. PEDRO CAVALCANTE E DRA. VALÉRIA BARBALHO, MINHA CANDIDATA, NOSSA CANDIDATA...
               PEDRINHO É  O NOSSO GRANDE LÍDER...PEDRINHO DE TITI, COMO DIRIA SEU NICANDRO DANTAS, EM NOVA CRUZ...
AS FOTOS NÃO FICARAM MUITO BOAS,           A MÁQUINA CÂNON DEVERIA TER FICADO NO AUTOMÁTICO...
           NÃO VOU ELIMINAR AS FOTOS MAL BATIDAS, PARA NÃO DESPRESTIGIAR NENHUM AMIGO...
             CADA UM , MESMO NUMA FOTO MAL BATIDA,AJUDA A AFAGAR A ALMA, E AJUDA A LIMPAR A ANGÚSTIA QUE SUJA O MUNDO...








 DR MEDEIROS COM DRA AUXILIADORA E DRA ANA VALCÁCIA
 DR. CHAGUINHAS COM A ESPOSA
 DR JORGE CARVALHO E DRA GRAÇA CABRAL
 DR GILVAN
DR KLINGER, DR PEDRO CAVALCANTE E DRA VALÉRIA BARBALHO  


 DR JAIRO LAGO, DR BERNARDO, DRA BETINHA E LUCINHA, A ESPOSA DE DR. MARCONI AZEVEDO
 DRA ANGELA BARBALHO E DR KLINGER COM O CASAL DR PEDRO CAVALCANTE

 DRA KÁTIA TABACOW, DRA ANGELA BARROS E DRA CLÉLIA DIAS LEÃO


 O CASAL DR MARCONI AZEVEDO COM O OFTALMOLOGISTA DR JÚLIO FULCO









sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A POESIA DE PAULO SETUBAL...



SÓ TU
Dos lábios que me beijaram,
Dos braços que me abraçaram
Já não me lembro, nem sei...
São tantas as que me amaram!
São tantas as que eu amei!
Mas tu - que rude contraste!
Tu, que jamais me beijaste,
Tu, que jamais abracei,
Só tu, nesta alma, ficaste,
De todas as que eu amei.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

MONOLOGO DE UMA SOMBRA...AUGUSTO DOS ANJOS


Augusto dos Anjos - Monólogo de Uma Sombra

  • Sou uma Sombra! Venho de outras eras,Do cosmopolitismo das moneras...Pólipo de recônditas reentrâncias,Larva de caos telúrico, procedoDa escuridão do cósmico segredo,Da substância de todas as substâncias!
  • A simbiose das coisas me equilibra.Em minha ignota mônada, ampla, vibraA alma dos movimentos rotatórios...E é de mim que decorrem, simultâneas,A saúde das forças subterrâneasE a morbidez dos seres ilusórios!
  • Pairando acima dos mundanos tetos,Não conheço o acidente da Senectus— Esta universitária sanguessuga-Que produz, sem dispêndio algum de vírus,O amarelecimento do papirusE a miséria anatômica da ruga!
  • Na existência social, possuo uma arma— O metafisicismo de Abidarma —E trago, sem bramânicas tesouras,Como um dorso de azêmola passiva,A solidariedade subjetivaDe todas as espécies sofredoras
  • Com um pouco de saliva quotidianaMostro meu nojo à Natureza Humana.A podridão me serve de Evangelho...Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosquesE o animal inferior que urra nos bosquesÉ com certeza meu irmão mais velho!
  • Tal qual quem para o próprio túmulo olha,Amarguradamente se me antolha,À luz do americano plenilúnio,Na alma crepuscular de minha raçaComo uma vocação para a DesgraçaE um tropismo ancestral para o Infortúnio.
  • Ai vem sujo, a coçar chagas plebéias,Trazendo no deserto das idéiasO desespero endêmico do inferno,Com a cara hirta, tatuada de fuligens,Esse mineiro doido das origens,Que se chama o Filósofo Moderno!
  • Quis compreender, quebrando estéreis normas,A vida fenomênica das Formas,Que, iguais a fogos passageiros, luzem...E apenas encontrou na idéia gasta,O horror dessa mecânica nefasta,A que todas as coisas se reduzem!
  • E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,Sobre a esteira sarcófaga das pestesA mostrar, já nos últimos momentos,Como quem se submete a uma charqueada,Ao clarão tropical da luz danada,O espólio dos seus dedos peçonhentos.
  • Tal a finalidade dos estames!Mas ele viverá, rotos os liamesDessa estranguladora lei que apertaTodos os agregados perecíveis,Nas eterizações indefiníveisDa energia intra-atômica liberta!
  • Será calor, causa úbiqua de gozo,Raio X, magnetismo misterioso,Quimiotaxia, ondulação aérea,Fonte de repulsões e de prazeres,Sonoridade potencial dos seres,Estrangulada dentro da matéria!
  • E o que ele foi: clavículas, abdômen,O coração, a boca, em síntese, o Homem,- Engrenagem de vísceras vulgares —Os dedos carregados de peçonha,Tudo coube na lógica medonhaDos apodrecimentos musculares
  • A desarrumação dos intestinosAssombra! Vede-a! Os vermes assassinosDentro daquela massa que o húmus come,Numa glutoneria hedionda, brincam,Como as cadelas que as dentuças trincamNo espasmo fisiológico da fome.
  • É uma trágica festa emocionante!A bacteriologia inventarianteToma conta do corpo que apodrece...E até os membros da família engulham,Vendo as larvas malignas que se embrulhamNo cadáver malsão, fazendo um s.
  • E foi então para isto que esse doudoEstragou o vibrátil plasma todo,À guisa de um faquir, pelos cenóbios?!...Num suicídio graduado, consumir-se,E após tantas vigílias, reduzir-seÀ herança miserável dos micróbios!
  • Estoutro agora é o sátiro peraltaQue o sensualismo sodomista exalta,Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo...Como que, em suas células vilíssimas,Há estratificações requintadíssimasDe uma animalidade sem castigo.
  • Brancas bacantes bêbedas o beijam.Suas artérias hírcicas latejam,Sentindo o odor das carnações abstêmias,E à noite, vai gozar, ébrio de vício,No sombrio bazar do meretrício,O cuspo afrodisíaco das fêmeas.
  • No horror de sua anômala nevrose,Toda a sensualidade da simbiose,Uivando, à noite, em lúbricos arroubos,Como no babilônico sansara,Lembra a fome incoercível que escancaraA mucosa carnívora dos lobos.
  • Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda.Negra paixão congênita, bastarda,Do seu zooplasma ofídico resulta...E explode, igual à luz que o ar acomete,Com a veemência mavórtica do arieteE os arremessos de uma catapulta.
  • Mas muitas vezes, quando a noite avança,Hirto, observa através a tênue trançaDos filamentos fluídicos de um haloA destra descarnada de um duende,Que, tateando nas tênebras, se estendeDentro da noite má, para agarrá-lo!
  • Cresce-lhe a intracefálica tortura,E de su’alma na caverna escura,Fazendo ultraepiléticos esforços,Acorda, com os candeeiros apagados,Numa coreografia de danados,A família alarmada dos remorsos.
  • É o despertar de um povo subterrâneo!É a fauna cavernícola do crânio— Macbeths da patológica vigília,Mostrando, em rembrandtescas telas várias,As incestuosidades sanguináriasQue ele tem praticado na família.
  • As alucinações tácteis pululam.Sente que megatérios o estrangulam...A asa negra das moscas o horroriza;E autopsiando a amaríssima existênciaEncontra um cancro assíduo na consciênciaE três manchas de sangue na camisa!
  • Míngua-se o combustível da lanternaE a consciência do sátiro se inferna,Reconhecendo, bêbedo de sono,Na própria ânsia dionísica do gozo,Essa necessidade de horroroso,Que é talvez propriedade do carbono!
  • Ah! Dentro de toda a alma existe a provaDe que a dor como um dartro se renova,Quando o prazer barbaramente a ataca...Assim também, observa a ciência crua,Dentro da elipse ignívoma da luaA realidade de uma esfera opaca.
  • Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,Abranda as rochas rígidas, torna águaTodo o fogo telúrico profundoE reduz, sem que, entanto, a desintegre,À condição de uma planície alegre,A aspereza orográfica do mundo!
  • Provo desta maneira ao mundo odientoPelas grandes razões do sentimento,Sem os métodos da abstrusa ciência friaE os trovões gritadores da dialética,Que a mais alta expressão da dor estéticaConsiste essencialmente na alegria.
  • Continua o martírio das criaturas:— O homicídio nas vielas mais escuras,— O ferido que a hostil gleba atra escarva,— O último solilóquio dos suicidas —E eu sinto a dor de todas essas vidasEm minha vida anônima de larva!”
  • Disse isto a Sombra. E, ouvindo estes vocábulos,Da luz da lua aos pálidos venábulos,Na ânsia de um nervosíssimo entusiasmo,Julgava ouvir monótonas corujasExecutando, entre caveiras sujas,A orquestra arrepiadora do sarcasmo!
  • Era a alegria panteísta do Universo,Na podridão do sangue humano imerso,Prostituído talvez, em suas bases...Era a canção da Natureza exausta,Chorando e rindo na ironia infaustaDa incoerência infernal daquelas frases.
  • E o turbilhão de tais fonemas acresTrovejando grandíloquos massacres,Há de ferir-me as auditivas portas,Até que minha efêmera cabeçaReverta à quietação da treva espessaE à palidez das fotosferas mortas!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A POESIA DE FERNANDO PESSOA...

Pecado original - Álvaro de Campos


Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?
Será essa, se alguém a escrever,
A verdadeira história da humanidade.

O que há é só o mundo verdadeiro, não é nós, só o mundo;
O que não há somos nós, e a verdade está aí.

Sou quem falhei ser.
Somos todos quem nos supusemos.
A nossa realidade é o que não conseguimos nunca.

Que é daquela nossa verdade — o sonho à janela da infância?
Que é daquela nossa certeza — o propósito a mesa de depois?

Medito, a cabeça curvada contra as mãos sobrepostas
Sobre o parapeito alto da janela de sacada,
Sentado de lado numa cadeira, depois de jantar.

Que é da minha realidade, que só tenho a vida?
Que é de mim, que sou só quem existo?

Quantos Césares fui!

Na alma, e com alguma verdade;
Na imaginação, e com alguma justiça;
Na inteligência, e com alguma razão —
Meu Deus! meu Deus! meu Deus!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A VIDA COMO ELA È...

Por Maria Lucia Victor Barbosa

Da morte trágica do candidato à presidência da República, Eduardo Campos, emergiu a sobrevivente, Marina Silva, que tendo se abrigado no PSB por não ter conseguido registrar o seu partido Rede Sustentabilidade seria a vice na chapa.

Como escreveu Elias Canetti em sua magistral obra, Massa e Poder: “O momento de sobreviver é o momento do poder”. “O espanto diante da visão da morte se dissolve em satisfação, pois não se é o morto”. “O morto está estendido e o sobrevivente está de pé”. “É como se um combate tivesse antecedido aquele momento, e nós mesmo tivéssemos derrubado o morto”. Canetti se referia às batalhas onde se mata e morre literalmente, mas não é uma campanha eleitoral uma espécie de batalha?

Marina, a sobrevivente, se sente ungida pela “providência divina”, segundo suas palavras. Na eleição de 2010 obteve 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar. Neste ano viu frustrada sua intenção de voltar à campanha presidencial por ter falhado a oficialização da Rede Sustentabilidade. Agora, por um desses acasos que ela atribui a forças sobrenaturais ei-la no centro do palco da política.

Alçada à cabeça de chapa Marina se transformou rapidamente de hóspede em hospedeira do PSB e sua primeira providência foi a de substituir os comandos da campanha por gente sua, enquanto alijava o pessoal de Eduardo Campos. Portanto, o PSB pode dar adeus às ilusões. A Rede que ainda não existe adonou-se da escalada ao Planalto e se Marina chegar lá tudo indica que não sobrará nada para os socialistas de Campos. As aspirações pesebista foram sepultadas junto com o líder morto.

Dizem em tom de brincadeira que Marina é verde por fora e vermelha por dentro. Toda brincadeira tem um fundo de verdade e não se duvide que no peito de Marina bata ainda um coração petista. A sobrevivente ungida é como o avatar de um PT já longínquo que se dizia puro, ético, a verdadeira esquerda que vinha para mudar o que estava errado.

À frente do PT a estrela barbuda, que na quarta tentativa chegou lá depois de vestir terno Armani, aparar a barba e fazer publicar uma Carta na qual se comprometia a manter os fundamentos da nossa economia capitalista de Terceiro Mundo.

No poder os éticos e puros mostraram a que vieram e foram na nossa endêmica corrupção os mais corruptos. Incompetentes, reeditaram a inflação, a inadimplência e nos fizeram o país dos pibinhos, dos descalabros na Educação e na Saúde, da Petrobras arrebentada, da diplomacia vergonhosa que defende e custeia os mais nefastos ditadores mundiais. Para piorar o País é o lanterninha dos Brics.

O Brasil como paraíso é uma fraude gerada pela propaganda enganosa. O que de fato se tem é a herança maldita dos quase 12 anos de governo Lula, pois a bem da verdade, nos últimos desastrosos quatro anos foi o criador que mandou e a criatura somente obedeceu.

Note-se que a sobrevivente já iniciou sua metamorfose ao incorporar como vice o gaúcho Beto Albuquerque, ex-petista que agora é citado como defensor do agronegócio. Marina, como se sabe, sempre foi contra o agronegócio. Será que mudou? Afinal, ela apoia os sem-terra.

A candidata da Rede também já aceita a ideia da autonomia do Banco Central. É o que afirma a herdeira do Banco Itaú, Maria Alice Setubal, amiga e coordenadora do programa de governo da sobrevivente. Sem dúvida, um truque da candidata com o intuito de agradar o mercado, que se antes temia Lula agora a teme. Só falta a Rede lançar uma Carta para apaziguar certos ânimos.

Marina está fortalecida. Leva vantagem sobre Rousseff porque além de ser mulher representa com seu aspecto frágil um perfil bem mais feminino. E ganha de Lula porque teve como ele origem humilde, mas, como já foi dito é mulher e negra. Daqui a pouco vão dizer  de modo politicamente correto que é mulher, negra e índia. Então, aí de quem criticá-la. Tal coisa será considerada não como preconceito, mas como crime de racismo, portanto, inafiançável.

A sobrevivente, que se esclareça, não é terceira via e sim o Lula de saias abanando uma bandeira vermelha. Com relação ao PT ela pode dizer: “eu sou você amanhã”. Mas, quais são seus planos de governo? Já se sabe que seu programa incluirá os tais conselhos populares idealizados pelo PT e outros canais de democracia direta. Uma quinada e tanto à esquerda que talvez o PT faça caso Rousseff ganhe.

Quanto ao PSDB nunca foi oposição ao PT por temer a popularidade do demagogo Lula. Se agora os tucanos continuarem abúlicos por conta do medo da “santa da floresta” e seguirem sacudindo seus punhos de renda contra a borduna do PT e o arco e flecha da Rede, podem jogar a toalha. Então, ecoará da Papuda a profecia de José Dirceu: “Viemos para permanecer 20 anos”. “Muito mais”, dirá Lula, “meu modelo é Fidel Castro”.

Maria Lucia é socióloga

Alerta Total

UMA AULA DE HISTÒRIA...

AULA DE HISTÓRIA...
COMENTARISTA LÚCIA HIPPÓLITO MERECE UM TROFÉU !
Urgente Aula de História- Lúcia Hippólito, comentarista politica da CBN

Aula de História
O Futuro do PT
(Lúcia Hippólito
“Nascimento” do PT:
O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.
Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.
“Crescimento” do PT:
O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.
O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.
O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.
Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.
Tudo muito chique, conforme o figurino.
“Maioridade” do PT:
E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.
Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT.
A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.
Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.
E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.
Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.
Quem ficou no PT?
Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.
Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.
Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.
Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.
É o triunfo da pelegada.
Lucia Hippolito
O PERIGO É O SILÊNCIO
Eu pediria a todos que receberem esse e-mail o favor de ler o texto por inteiro, com calma e atenção e, se puder e entender que seja pertinente, gastar um tempinho, para reenviá-lo a todos da sua lista.

Diamantina, Interior de Minas Gerais, 1914.
O jovem 'Juscelino Kubitschek', de 12 anos, ganha seu primeiro par de sapatos.
> Passou fome. Jurou estudar e ser alguém. Com inúmeras dificuldades, concluiu o curso de Medicina e se especializou em Paris.
> Como Presidente, modernizou o Brasil.
> Legou um rol impressionante de obras e; humilde e obstinado, era (

AINDA É) querido por todos.
Brasília, 2003.
Lula assume a presidência. Arrogante, se vangloria de não haver estudado.
> Acha bobagem falar inglês. 'Tenho diploma da vida', afirma. E para ele basta.
> Meses depois, diz que 'ler é um hábito chato'.
Quando era 'sindicalista', percebeu que poderia ganhar sem estudar e sem trabalhar - sua meta até hoje,tornando-se o
maior vagabundo e alco-
tra da história deste belo País !!!

Londres, 1940.
Os bombardeios são diários, e uma invasão aeronaval nazista é iminente.
O primeiro-ministro W. Churchill pede ao rei George VI que vá para o Canadá.
Tranquilo, o rei avisa que não vai.
Churchill insiste: então que, ao menos, vá a rainha com as filhas. Elas não aceitam e a filha entra no exército britânico; como 'Tenente-Enfermeira', e, sua função é recolher feridos nos bombardeios.
Hoje ela é a 'Rainha Elizabeth II'.
Brasília, 2005.
A primeira-dama (? que nada faz para justificar o título) Marisa Letícia, requer 'cidadania italiana' - e consegue.
> Explica, candidamente, que quer 'um futuro melhor para seus filhos'.
E O FUTURO DOS NOSSOS FILHOS, CIDADÃOS E TRABALHADORES BRASILEIROS?

Washington, 1974.
A imprensa americana descobre que o presidente Richard Nixon está envolvido até o pescoço no caso Watergate. Ele nega, mas jornais e o Congresso o encostam contra a parede, e ele acaba confessando.
> Renuncia nesse mesmo ano, pedindo desculpas ao povo.
Brasília, 2005.
Flagrado no maior escândalo de corrupção da história do País, e tentando disfarçar o desvio de dinheiro público em caixa 2, Lula é instado a se explicar.
> Ante as muitas provas, Lula repete o 'eu não sabia de nada', e ainda acusa a imprensa de persegui-lo.
> Disse que foi 'traído', mas não conta por quem.

Londres, 2001.
O filho mais velho do primeiro-ministro Tony Blair é detido, embriagado, pela polícia.
> Sem saber quem ele é, avisam que vão ligar para seu pai buscá-lo.
> Com medo de envolver o pai num escândalo, o adolescente dá um nome falso.
> A polícia descobre e chama Blair,' que vai sozinho à delegacia buscar o filho'.
> Pediu desculpas ao povo pelos erros do filho.
Brasília, 2005.
O filho mais velho de Lula é descoberto recebendo R$ 5 milhões de uma empresa, financiada com dinheiro público. Alega que recebeu a fortuna vendendo sua empresa, de fundo de quintal, que não valia nem um décimo disso.
O pai, raivoso, o defende e diz que não admite que envolvam seu 'filhinho nessa sujeira'? ? ?

Nova Délhi, 2003.
O primeiro-ministro indiano pretende comprar um avião novo para suas viagens.
Adquire um excelente, brasileiríssimo 'EMB-195', da 'Embraer', por US$ 10 milhões.
Brasília, 2003.
Lula quer um avião novo para a presidência. Fabricado no Brasil não serve.
> Quer um dos caros, de um consórcio franco-alemão. Gasta US$ 57 milhões e,
> AINDA, manda decorar a aeronave de luxo nos EUA. 'DO BRASIL NÃO SERVE'.
E você, já decidiu o que vai fazer nos próximos minutos?
Vamos repassar esse e-mail para nossos contatos!
Vamos dar ao BRASIL uma nova chance!
Ele precisa voltar para o caminho da dignidade.
Nós não merecemos o desgoverno que se instalou em nosso País e temos a OBRIGAÇÃO de acordar e lutar antes que seja tarde.
'O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons.'
Martin Luther King

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A POESIA DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...



A VISÃO...BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...

POESIA MUSICADA DO AUTOR. SE ENCONTRA NO CD
MÉDICO POPULAR BRASILEIRO.
ACHO QUE ESTES VERSOS CONSTITUEM O MEU AUTORETRATO...



EU VI A LUA POR DETRÁS DAQUELA SERRA,
MORRI NA PAZ, NASCI NA GUERRA,
SONHEI COM A ROSA E O LUAR.

EU VI A LUA POR DETRÁS DA BANANEIRA,
ESCUTEI PADRE ESCUTEI FREIRA,

ISSO SÓ FEZ ME ILUMINAR...


COMO É QUE EU POSSO ME ESQUECER DESTAS MIRAGENS,
SE A VIDA PASSA E AGENTE VIVE A LEMBRAR,
COMO É QUE EU POSSO SER FELIZ COMO POETA
SE EU SOU A DOR, A EMOÇÃO E O CANTAR..




AINDA GAROTO VI O GATO E O CACHORRO.
O PERIQUITO E O BESOURO, VI O BEZERRO MAMAR.
VI O MARTELO, A PORTEIRA E O SERROTE,
EU JÁ SABIA QUE A SORTE É UM PRESENTE QUE DEUS DA.


COMO É QUE CHAMAM UM GAROTO TAO FELIZ,
QUE É ILUMINADO PELO SOL QUE VEM DO CÉU,
COMO É QUE EU POSSO UM SEGUNDO ME CALAR,
SE EU SOU A VIDA SOU O SOL E O LUAR.


EU VI A RODA , A CANOA E O ROJÃO,
EU CANSAVA NO SÃO JOÃO COM A FUMAÇA DA FOGUEIRA,
TOMEI ANGICO E CUMARU PARA BRONQUITE,
ADORAVA ANDAR DE JEEP, DE CARROÇA E CAMINHÃO.

COMO SE PODE ESQUECER DE GENTE E GESTOS,
SE A SAUDADE NÃO ME DEIXA SOSSEGAR,
COMO SE PODE COMEÇAR TUDO DE NOVO,
SE EU SOU DO POVO COMO O SOL, É DO LUAR...



VIM PRA NATAL PRA SER BOM NA MEDICINA,
CONHECER PENICILINA, FEBRE TIFO E DIGITAL,
RECEITEI VINHO PRA BAIXAR COLESTEROL,
PRA TRISTEZA BANHO DE SOL, PRA POESIA BANHO DE MAR.

COMO É QUE PASSA UM INSTANTE SEM SENTIR,
SE A POESIA ESTA DEBAIXO DESTE ANEL,
COMO É QUE PODE SE VIVER SÓ PRA EXISTIR,
EU QUERO A SOPA, QUERO O PÃO, EU QUERO O MEL...



EU VI A MOCA PELA FRESTA DA JANELA,
VI A ROSA E O CHEIRO DELA FAZER O BICHO PEGAR,
SAI CONTENTE TOMEI BANHO NA BIQUEIRA,
AMO A VIDA A VIDA INTEIRA, GOSTO MUITO DE CANTAR...


COMO É QUE PODE SE A VIDA É POR UM TRIZ,
AGUARDE A MORTE QUE ELA VEM PRA NIVELAR,
EU QUERO A VIDA , EU QUERO UM BEIJO, EU QUERO BIS,
EU SOU DO SAMBA COMO O SURDO E DO GANZA...


DESDE CRIANÇA EU MOREI EM NOVA CRUZ,
ME CRIEI SEM AGUA E LUZ, MAS TINHA DEUS NO MEU POMAR...
DEPOIS DE GRANDE TRABALHEI EM SANTO ANTÓNIO,
EU VI A ONÇA E O LAJEDO,
EU VI A COBRA E O PREA.


O QUE É QUE EU DIGO DESTA FLOR QUE EU TRAGO EM MIM,
E DESTE BRILHO QUE ME ESCAPA DO OLHAR,
OLHEI PRA VIDA, OLHEI PRO CÉU E DISSE SIM,
EU SINTO A CHUVA , SINTO A PELE, EU SINTO O MAR ...



LEMBRO DO BERÇO, DO MEU TERÇO E DO RECADO DE MAMÃE PARA O FUTURO:
TUDO UM DIA VAI PASSAR....
O QUE NÃO PASSA É A TOLERÂNCIA E A CARIDADE, A BOA AÇAO E AMIZADE,
E QUEM TEM MAIS TEM QUE MAIS DAR...


EU ABRO OS BRAÇOS, ABRAÇO O MUNDO , OMAR E O SOL,
EU CHEIRO A VIDA QUE RENASCE NAS MANHAS,
VIBRO COM AS FLORES POIS NÃO ESCOLHEM JARDINS,
ENTENDO OS PÁSSAROS QUE CANTAM NO MEU QUINTAL.