sábado, 21 de abril de 2012

LEMBRANDO ORLANDO GADELHA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...


EU ERA DIRETOR DO HOSPITAL WALFREDO GURGEL... a secretária anuncia que , um senhor, amigo do meu pai , queria me conhecer...


Entra um homem simpático, risonho,carismático,de palitó bege, e me saúda com as seguintes palavras:vim conhecer o filho de Chico Bezerra...
seu pai foi quem me ensinou a ganhar dinheiro...devo muito ao seu pai..

Em certa fase da vida,sentí que ele precisava sair de Nova Cruz,Nova Cruz não tinha mais o potencial que ele necessitava, quis retribuir o que aprendera com ele...


Continuou seu ORLANDO... vizinho a mim, na rua Dr. Barata, tinha um comerciante com um grande armazém,me esqueço se era um Maiorama ou um Letieri... este vizinho me confidenciou que estava em dificuldades financeiras e queria ir embora...imediatamente me lembrei do meu amigo Chico Bezerra...era a hora de pesca-lo de Nova Cruz, estava na hora dele deslanchar, como ocorrera comigo...

Disse ao meu vizinho:faça um balanço de todas as suas mercadorias, que quarta feira um amigo meu vem, e lhe compra, á vista...o comerciante fez o que eu disse, sob a minha análise...

Na quarta feira, como era habitual,chega Chico bezerra, e eu lhe conto da minha estratégia...expliquei-lhe que estava na hora dele desenvolver mais o seu potencial, era a grande chance...

sabia que ele tinha o dinheiro e podia até regatear, e fazer um excelente negócio...Mas,ele se interessou e concluiu que não tinha coragem de sair de Nova Cruz...realmente era um homem de muitos medos...tinha medo do medo...com a sua negativa irreversível, tristemente aceitei o seu desejo.

Orlando Gadelha, que homem fino, brincalhão e simpático... era por isso que o meu pai o ADORAVA...

ME CONTOU QUE AOS DOZE ANOS, FOI TRABALHAR NUMA SAPATARIA EM NOVA CRUZ,ONDE DEPOIS FOI O COMÉRCIO DE SEU MATOS...FOI CHAMADO POR QUE UM IRMÃO SEU, QUE JÁ TRABALHAVA COM O DONO DO NEGOCIO, O INDICOU...


COM POUCAS HORAS JÁ ESTAVA VENDENDO MUITOS SAPATOS, PARA O PRIMEIRO DIA de trabalho...era jeitoso,simpático,ligado...e já tinha a visão empresarial...

chegou para o dono e disse, na mesma feira:EU QUERO QUE O SENHOR DEIXE EU SAIR COM DOIS PARES DE SAPATO, PARA VENDER NO MEIO DA FEIRA, venderei pelo preço que eu quiser...quando vender os dois pares, venho buscar mais dois...o dono sorriu e concordou...aí surgiu o homem DA INICIATIVA PRIVADA, O MONSTRO ORLANDO GADELHA...

passou a ser motivo de graça, a rapidez com o menino voltava para pagar e levar novos pares...era uma brincadeira...desde este dia, ORLANDO GADELHA SÓ TRABALHOU PARA ELE...

Daí por diante, após este contato,passei a receber uma cesta de confeitos ,em muitos períodos natalinos, enviadas pelo velho.

Aprendí com o meu pai e a minha mãe, a querer bem ao nome doce de Orlando Gadelha...

A Doçura de Orlando Gadelha não era apenas nos confeitos, mas vinha da sua alma...um homem bom, com açucar e com afeto...

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